segunda-feira, 31 de agosto de 2009
na noite te construo
à exacta medida dos meus lábios,
na noite se abrem as portas da vertigem,
proa submersa no litoral do teu corpo,
onde naufrago
.
no vinho da solidão
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
casa
vagarosa,
desce a quietude de um silêncio morno
e antigo.
é a hora apaziguada e tardia
da Fénix nocturna;
o momento em que o meu sangue
ateia
o incêndio nocturno do teu perfil
e tu entras pelos versos do meu corpo,
contando sílabas,
na métrica ansiosa e incandescente
do desejo.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
perenidade
nas folhas rasgadas da árvore do quintal,
na cadeira vazia sob o estio,
no cantar enrouquecido dos galos insones,
nos sons dos grilos na noite plana…
na canção. na viagem. no azul.
na flor. no riso. no espanto.
no peito. no peito.
na pele.
.
é tal a tua ausência,
que em toda a parte te encontro.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
cal
da ardência da paisagem sequiosa, flores.
rosas são. de papel.
.
as outras secaram.
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