segunda-feira, 4 de maio de 2009

dos pássaros ingénuos

dos pássaros de luz que voejam no meu olhar, há os que teimosamente me levam à ardência esquecida de um passado de pedra.
faço-me espantalho, fingem susto de mim, mas é para lá que vão, para a esfera luminosa e latejante, habitada de Nada, onde sou cárcere de tudo quanto não sei que sou e sou. ou fui.

pouco importa o voo dos pássaros ou o destino das suas asas que me levam.
vão sem mim, coitada, que me quedei lá, de onde me crêem ausente.

1 comentário:

  1. Ana.
    Belo, este teu sentir a poesia, " sou cárcere de tudo quanto não sei",

    havia um tufo de tristeza
    no meu olhar sereno frialdade
    nem mar ou montes nem beleza
    só uma mulher suspensa e saudade

    há um ponto de encontro sobre mar
    não ter medo de ser a nostalgia
    não ter medo de dizer amo e amar
    há um ponto de encontro na maresia

    os meus e os teus olhos multidão
    por eles passam infimas particulas
    como raios estelares abismo solidão
    chovem dos teus lábios em gotículas

    não temos respostas para ausência
    nada sabemos sobre nós os outros
    adejamos em torno da incosciência
    sem rumo como pássaros absortos

    Ousei...
    Um beijinho amigo

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