sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

22 de Janeiro de 2009

apesar das chicotadas na alma, não se cansará esta voz que me apregoa em dádiva.
apesar da morte anunciada, serão eternas, na finitude, todas as utopias que, de megafone em punho, espalho no azul tormentoso das ruelas que ensombram alguns dias.
apesar dos gumes afiados dos olhares fantasmagóricos,
apesar das ironias, friezas cadavéricas,
apesar da tristeza, apesar,
há horas em que o horizonte se funde no caminho dos meus passos Aqui e sublima a entrega desprendida. é aí o momento dos versos e de uma não sei que cumplicidade, nascida algures, entre poemas.
ou numa chávena cheia do teu suor, que me depositaste no coração.

1 comentário:

  1. Ana.
    "e de uma não sei que cumplicidade nascida algures entre poemas"

    Perdoa, mas resolvi dizer algo onde mais ninguém disse nada, por ser tudo tão irremidiávelmente belo o que escreves nas palavras saudáveis do poema.
    A tua poesia é doce e terna por entre os picos que aqui e ali te desnudam a alma ferida.
    Um beijinho amigo
    joão

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